5.26.2004

Gostei da Esther à primeira frase. Gostei de a ver por Nova Iorque, por vezes fascinada, por vezes aborrecida com a cidade, as festas, o calor, os brindes e a promessa antecipadamente falhada de um futuro brilhante. Gostei da Esther enquanto ela tocava a loucura ao de leve os dedos virando-lhe a cara no último instante. Enquanto a mantinha ao virar da esquina. À distância perigosamente curta a que ela se encontra de muitos de nós por vezes. Até que ela deu um passo em frente e virou a esquina. Comecei aí a aborrecer-me, mas ficou-me esta frase dançar na cabeça, que exprime tão bem a incapacidade de largar neuras, dúvidas e medos numa esquina e correr para muito longe:

“Wherever I sat—on the deck of a ship or at a street café in Paris or Bangkok—I would be sitting under the same glass bell jar, stewing in my own sour air”