- A gaveta dos "diversos" é sempre a mais cheia de todas. Tão cheia que quase se parte a abrir e a fechar.
- Encontram-se nessa gaveta ecos de pessoas que já nem existiam na nossa cabeça.
-Encontram-se nessa gaveta partes de nós que já nem existiam na nossa cabeça.
- Os bikinis da Princesse Tam Tam de há dez anos traziam uma bolsa de palhinha completamente inútil mas tão gira que se torna impossível deitá-la fora.
- Já quis ser arquitecta e coleccionei mil revistas sobre o tema que estão a ocupar demasiado espaço no quarto. A que está no cimo do monte, enquanto lhes decido o destino, está a provocar-me com uma casa algures no Brasil mesmo como eu gosto e como só eles se podem dar ao luxo: completamente aberta para a rua, semi-cabana.
- Gostava de reaver o dinheiro dos quilos de bijuteria que compro e nunca uso.
- 5 anos de lufa lufa de exames resumem-se bem apertadinhos a uma estante que ameaça cair e uma ideia difusa de tudo o que ela contem.
- A office center tem uns porta revistas de montar a 55 cêntimos muito práticos.
- No Poemário de 1999, o poema para o dia 25 de Agosto é do Al Berto e diz assim a certo ponto:
(...)
dizem que vive na tranparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nehuma ternura nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivo
(...)
- A gaveta dos "diversos" não só é a mais cheia como consegue guardar, tipo Arca de Noé, amostrinhas de tudo o que contenho.
Sim, ando em arrumações. Se aquilo do Feng-shui for verdade quando acabar de arrumar/catalogar/seleccionar (o mais difícil) todos os papelinhos, apontamentos e coisinhas-que-guardo-sem-saber-para-quê vou uma mente clara, calma e esclarecida como nunca.