6.29.2004

É muito importante ter objectivos de vida (3)...

..sério, profundos e edificantes. Isto só para dizer que aqui se leiloam vestidos vintage dos anos 50.
É muito importante ter objectivos de vida (2)
POR AQUI, AGORA...


...chovem sapos.

6.25.2004

Isto o futebol anda muito místico. Os meninos estão com uma garra sobrenatural, os santinhos estão com eles, o guru futebolistico também... e eu que comecei a vibrar com isto há pouco tempo dou por mim com o coração a crescer assim muito muito muito em frente ao televisor, com lagrimita ao canto do olho com a expressão do guru no fim do jogo. Aiii...

E aos comentadores da BBC (RTPi, "shame on you") que estavam cheios de arrogância e confiança no início do jogo ( que a equipa deles era o máximo, que os nossos jogadores eram um bluff e blablabla)e que no fim conseguiam pôr em cada frase (juro, foi mesmo em todas) a expressão "unfairly disallowed goal, só posso dizer: nhanhanhannhana nhanhannhanhana!

6.24.2004




Numa fotografia não sei se me aguentaria, a imobilidade assuta-me. Ia acabar por a rasgar. Só que em certos dias vivo neste filme. A montra do que quero muda a cada dia, viciada em obrigar cada momento e cada coisa mínima a ter a sua beleza, por vezes troco a luta pela ilusão e sinto-me feliz a espalhar migalhas de croissant à porta do que amo, sento-me à esquina do que me aguarda e recuso-me sequer a estender a mão à realidade.

6.23.2004

AVC, ASC, ETM.LDF , PAA, CAHQG. Não percebem nada? Pois, ainda não foram espreitar aqui esta revisão especializada, comentada a actualizada ao potencial de diversos actores das últimas décadas.


O ano passado fui ao solstício de Verão em Stone Edge. À espera de uma experiência pagã de comunhão com a Natureza e de ver o aclamado efeito que o sol faz ao nascer entre duas pedras que lá estão. À espera disso e muito mais e a encontrar: milhares de pessoas (30 milhares mais precisamente) a andar de um lado para o outro aleatoriamente, hippies de 80 anos que se julgavam feiticeiros, desfiles de alucinados, jambés (claaaaaro), meninos bêbados a atirarem-se de cima das pedras, dores nos pés, rabujice de fome e sede, bancadas de cachorros quentes em locais estratégicos. Uma feira, portanto. Uma feira gira, mas ainda assim uma feira. A comunhão pagã com a natureza revelou-se difícil debaixo de pisadelas, empurrões e à luz dos neons das roullotes. Ainda pensei que o registo da visão do sol a espreitar no horizonte (aplaudido pelos 30 mil presentes, isso foi giro) me desse tarde a ilusão mais de ter sentido alguma coisa de especial nessa noite mas as fotografias ficaram todas escuras. Mesmo uma de que eu estava especialmente orgulhosa: uma cabecita loira às cavalitas do pai a tapar quase todo o sol que nascia. Estou condenada a cair nestas esparrelas até ao fim dos meus dias. Adolescência crónica, é o que é...

6.21.2004




Ganhámos, pois foi. Nunca mais digo mal do Nuno Gomes (logo eu que adorava aquela anedota dos hamburguers que ele estava a dever ao Mac), gostei muito que "nuestros hermanos" fossem direitinhos para o país vizinho, estavam mesmo a pedi-las depois daquela barulheira toda em volta do árbrito, e era tudo mentira porque ele não só metia respeitinho como não caía no "ai-caí-empurraram-me". Mais não digo para não levar com um "coitada-agora-que-sabe-o-nome-de-meia-dúzia-de-jogadores-acha-se-entendida-nisto-e-está-a-armar-se-em-comentadora".

6.16.2004

Ontem anunciaram mais um "mega-apreensão" de haxixe no telejornal. Lá filmaram, como de costume, os carros envolvidos os telémoveis, o dinheiro e, isto sim eu adorei, as barrinhas de haxixe, arranjadas tipo lego em feitio de P S P. E depois venham-me dizer os polícias não têm sentido de humor e sensibilidade artística.
E depois veio um dia atrás do outro
Chegaram numa fila longa e ordenada
Iam-me batendo à porta, que eu abria
Entravam
Traziam-me coisinhas pequeninas
Como palavras amigas emitidas de
Sorrisos cúmplices
Sonhos caseiros pancadinhas no ombro
E amostrinhas de revistas
Traziam-me coisas grandes
Como medos muito fundos
Incertezas muito longas
Saudades pesadas como pedras
Que se encaixavam miraculosamente
Nos meus ombros tão estreitos
Entravam, limpavam os pés
Alguns chegaram a descalçar-se
Para falar mais à vontade
De imagens que me deveriam preencher
De ambições que me deveriam fazer mexer

Veio um dia atrás de um dia atrás do dia
Em que me levantei
Esfreguei os olhos nublados
Forcei os pés cansados
E quando me preparava para sair
Pensei no dia que viria
Quem lhe abriria a porta
Quem estaria lá para o receber
Assim me detive
E permaneci
Aqui

6.14.2004

E as boas notícias de hoje são, tchananananam:

-Dentro de 47 minutos vou ter a banda sonora do Kill Bill

-Reclamei com uns senhores em relação a uma exclusão estúpida fruto de miudezas burocráticas e não é que me deram ouvidos ( e, espanto dos espantos quando a velha cunha já tinha falhado).
Ando eu há dois dias numa pequena luta - e ainda é só a introdução - e afinal resume-se a isto.
Este Euro está-me a lembrar o último mundial (toc toc toc na madeira)em que uma a uma as equipas pelas quais torci foram sendo eliminadas. Quis que Portugal ganhasse; perdeu (Baía, eu já te topei, fizeste bruxaria de certeza para os meninos se atrapalharem com a bola, VERGONHA!). Ontem pensei: ao menos que os ranhosos dos franceses percam e ganhe a Inglaterra. Ia fazendo zapping para me certificar que o golinho me fazia a vontade ainda lá estava. Quando ia começar a suspirar de alívio aconteceu AQUILO. Mas porque é que AQUILO não aconteceu antes aos pobres jogadores da nossa selecção a quem impingiram a responsabilidade pelo aumento da "auto-estima" nacional, coitaditos?

6.11.2004

VERDE, TÃO VERDE COMO A RELVA, COMO A PARTE ESQUERDA DA NOSSA BANDEIRA, COMO O PAPELINHO DE UMA GORILA DE MENTOL....

é a cor de que eu fico quando penso nas pessoas que hoje vão ver Pixies!


Ontem fiquei a saber que existem mais destes bichinhos do que o estimado nas últimas contagens na China.
Espero que esta informação não dê ideias a ninguém, muito menos aos ambientalistas que são contra os esforços, segundo eles exagerados, que se têm feito visando a difícil preservação dos pandas, uma vez que os fundos gastos, se aplicados a outras espécies poderiam ter já impedido não uma, mas perto de dez extinções.
Eu sei que é incorrecto, irracional e egoísta discordar (eu sei eu sei,uma espécie conta pelo valor da sua diversidade e não por ser mesmo fofinha)mas os pandas fazem-me dar guinchinhos ridículos de míuda de seis anos "olha, olha ali" e aposto que se apanhassse um tinha um comportamento idêntico aquela personagem do Tiny toons que aperta os gatos até eles fugirem. E isto não me acontece com mosquitos exóticos nem com râs venenosas.
Não há como a morte para mudar opiniões e para dizerem bem de nós, pena que seja tarde demais para ouvirmos, aposto que sobre mim ainda dirão um dia (longíquo, toc toc na madeira) "era tão paciente" e "tão pouco mimada e caprichosa, nem parecia filha única". Nem há nada tão ridículo como as "segundas figuras" de aparições, políticas ou não, que se abraçam efusivamente ao protagonista em bicos dos pés e numa atitude de familiaridade fingida. Claro que me refiro aos dois emplastros que o país tristemente "conheceu" esta semana.

E também acho que não há como o futebol para inflamar o patriotismo e transformar o discurso habitual do "isto só neste país" num desfile de bandeirinhas nas varandas (pelo que vi na RTPi, o prédio da Papoila está muuuuito atrás de outros que as compram à centena). Quais cientistas portugueses a desafiar as leis do Einstein, quais elogios à nossa afabilidade ou gastronomia, quais poetas e escritores brilhantes. Querem-se é goooooooolos...Enfim...

Ah, já me esquecia, isto também não interessa a ninguém mas vou escrever, até porque está tudo na praia menos eu. O dono daquela cadeia de restaurantes Pizza Express, que até são agradáveis e simpáticos e estão espalhados em sítios estratégicos de capitais europeias é português. Teve o espiríto empreendedor que lhe permite agora dar-se ao luxo de coleccionar aviões, "que até dão jeito para me deslocar em negócios". Nem só de lixívia e sanitas se faz a emigração portuguesa.

6.09.2004

Dúvida fútil, inconsequente e urgente:

PERFUMARIAS

Aquela onde posso cheirar e experimentar os perfumes todos e pintalgar as mãos com sombras até parecer que saí naquele instante da aula de expressão plástica da pré-primária, mas onde não me oferecem nem uma amostrinha...

OU

...aquela onde tenho de apontar o que quero detrás de um balcão, onde me dizem que o quero não será o mais adequado, porque não este produto novo, mas onde me enchem os sacos de amostras?

6.07.2004

Pois é, mas...

"Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos



Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa




Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes



Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino."

Sophia M.B. Andersen

...se calhar agora somos nós simultaneamente as escravas e a princesa. E ainda bem, porque é uma escravidão divertida e, muitas vezes, voluntária.

6.04.2004

R&J

Quem nunca morreu de amor que atire a primeira pedra...




ADENDA obrigatória depois de ter visto "The end of the affair":


...e quem nunca renasceu de amor que atire a segunda.

TO WHOM IT MAY CONCERN



Não suporto o silêncio na solidão. Qualquer decibel abaixo de feira de Verão soa-me insuportavelmente a vazio, faz com que as paredes se tornem abismos brancos ameaçadores e reduz-me a um ponto ínfimo e assustado na inesperada imensidão dos 8 metros quadrados do quarto. Por isso sou, por vezes, a vizinha barulhenta que só quando o sono a vence se digna a desligar o rádio.


6.02.2004

Eu sabia que tinha mais alguma razão, além da música, para não a suportar!!

Resposta da Avril Lavaigne(aquela pseudo-rebelde de cabelo lambido que nunca sorri e se maquilha de modo a parecer que não dormiu) a uma jornalista da Elle UK que lhe pergunta se o novo albúm vale a pena ouvir: "...this one is more, like, very deep and stufff"

6.01.2004

Era isto que procuravas?



Nah, prefiro dar-te esta prenda, que uma réstea de infância tem muito mais charme em Homens sem o tal síndroma:

A SERMOS BANDIDOS MUITO MAUS QUE O SEJAMOS COM ESTILO E UMA PITADA DE ROMANCE.

Bonnie and Clyde, Bonnie and Clyde
"Alors voila
Clyde a une petite amie
Elle est belle et son prenom
C'est Bonnie
A eux deux ils forment
Le gang Barrow
Leurs noms
Bonnie Parker et Clyde Barrow"




"Clyde, mas eu já tenho tudo planeado...e era uma boa acção que fazíamos!"



"Não Bonnie, não podemos assaltar todos os millennium bcp nas esquinas de ruas centrais, ora temos lá tempo para isso"