4.26.2005

Tarnation

" TARNATION is a fever dream of sorts. It crosses and re-crosses the line between high art and bad acid trip, between sordid confession and life-affirming revelation, so many times that those distinctions soon cease to matter."
—Ron Stringer, LA Weekly

Como fazer da vida um mega-"videoclip". Como arrumar pequenas dores e inevitabilidades. Uma manta de retalhos comovente e narcisista. Também quero uma minha. Mas muito, muito mais feliz.


(A banda sonora arrepiou-me especialmente, parecia que estava a ouvir o ficheiro "My music" em modo aleatório.)

4.17.2005

Da variedade do género humano(2)

Festa de amigo do amigo. Sucessão de caras desconhecidas, apresentações rápidas sorridentes, a certeza assustadora que só uma décimo dos nomes vai ficar retido e julgamentos rápidos dos pés à cabeça só mesmo para ir arrumando os rostos em gavetinhas familiares. Aquele tem tiques, aquele tem um ar nervoso, aquela é sonsa. Tudo em gavetinhas, já está.
E tudo nas erradas. A sonsa tocou com uns amigos de improviso e ganhou outro brilho, juro que dançava sem se mexer. O dos tiques tinha um discurso envolvente. O nervoso falava cinco línguas. E é refrescante saber que existem pessoas que realmente têm interesses em fazer coisas pelo simples prazer de o fazer. Que aprendem uma língua só porque sim e não porque ficará bem no cv com que se concorrerá à multinacional dos seus sonhos, que tocam instrumentos completamente fora de moda que nunca os levarão ao "Ídolos" ou a uma editora só porque realmente gostam, que sobrevivem aos tiques fortalecidos com uma bagagem de valores e descontracção.

Um dia destes vou deitar fora as gavetas, juro (assim que conseguir sair da minha).

Da variedade do género humano

Num documentário sobre os serviços sanitários de Nova Iorque, entre a listagem das tarefas mais repulsivas que já vi na vida (e que me fizeram encarar as segundas-feiras com um sorriso nos lábios que deixa as pessoas que se cruzam comigo na rua baralhadas), apareceu uma equipa que tinha por missão descontaminar apartamentos. Descontaminá-los depois daquelas mortes que sempre pensei serem mitos urbanos: em que ninguém dá pela falta da pessoa até o cheiro intrigar os vizinhos.
A equipa era composta por um senhor gordinho com um ar eficiente que, claro, "não sonhava desde pequeno fazer aquilo mas alguém tinha de o fazer e ele tinha orgulho em fazê-lo o melhor que podia", e por um rapaz ainda sem barba que mascava pastilha com os olhos muito abertos. Já ia mudar de canal quando ele começa a explicar que ADORAVA aquele emprego. Sentido cívico? Não, puro "vouyerismo" mórbido. Ele gostava do "décor" de vísceras, dos pormenores macabros de miolos liquefeitos, tirava fotografias para um albúm especial, sentia-se priveligiado por poder assistir na realidade "ao que apenas parece nos filmes" para o comum dos mortais. Teve sorte, no fundo, em ter descoberto a vocação. Aposto que nehuma orientadora vocacional lhe teria tirado a pinta.

4.11.2005

Inacabado

Não gosto quando os filmes ficam em suspenso. Para imaginar o que irá acontecer, temer o que poderá acontecer, desejar que aconteça isto ou aquilo e depressa tenho a vida. No cinema gosto de um desfecho. Tipo conto de fadas ou romance de faca e alguidar. Que morram todos ou tenham muitos meninos, tanto faz. Às vezes nem fico a pensar muito nisso, quero lá saber. Mas, e estes dois, ficaram juntos ou não?


"I'm designed to feel slightly dissatisfied!"

Realmente vivemos tempos de crise...

...até o nosso PR já tem de andar para aí a fazer candidaturas espontâneas.

Vivo num sítio ponde é impossível escapar à conversa trivial sobre o tempo...

Na sexta-feira à tarde estava no quarto a ler um livro. Olhei pela janela na página 24 e estava um sol morno, um céu azul. Pela página 28 ouvi janelas a bater. Era o vento a empurrar flocos de neve pelo parapeito. Muitos e pesados. E nem leio assim tão devagar que se justifique. Percebi de vez a piada: "Don't like the weather in England? Wait five minutes".

"Non stop", no "windows media player" e na cabeça desde quinta ou sexta já nem sei

We have a map of the piano

Please don't flow so fast
You little mountain hum
I'll take a bottle down to you

Please don't flow this fast
You hold a little hum
I'll bottow sounds of me for you

Please don't flow so fast
You little mountain din
I'll bottow piano sounds from you

Please don't flow so fast
You little mountain noise
I'll close my eyes and bite your tongue


Múm


(aposto que esta música tem mensagens subliminares hipnóticas viciantes, estou a ficar preocupada)

4.06.2005

Hoje não faço nada de mim...

..adormeci mais uma hora depois do pequeno-almoço tomado na cama, troquei a àgua mineral por golinhos de Coca-Cola, curei uma dor de cabeça (inventada por mim para mim quando me quero mimar) com mega chocolate com extra avelãs (pois não sei quem se lembrou da necessidade de aspirinas e panasorbes), o trabalho recusa-se a aparecer feito, na lista das pequenas tarefas do dia nem um risquinho aparece. De repente parece-me muito mais importante decidir se devo comprar maçãs orgânicas da Nova Zelândia ou maçãs Sul_africanas de comércio justo e se devo lavar a louça à mão ou à máquina (lembro-me agora que não tenho opção)
do que processar os parcos resultados que tenho. E, de longe, mais prioritário andar a inestigar uma a uma as musiquinhas que passam na Woxy do que preparar a reunião que tenho daqui a ... agora!!!

4.05.2005


Acordou com vontade de fugir mas não tinha de quê. Posted by Hello


imagem roubada em :
http://www.rock-club.org/art/fuga.jpg

4.04.2005

A semana começa mal...

esqueci-me disto no meu poiso de fim de semana. E estava a passar para o outro lado do espelho com este também. Bolas.

4.03.2005

A isto é que se chama abrir horizontes

isto é que é intercâmbio cultural: amanhã, vou pela primeira vez em 8 anos cortar o cabelo a uma cabeleireira que não a Ana e como se isto não chegasse, vou ter de explicar como quero tudo numa língua que não a minha quando na minha normalmente já é tarefa complicada (já treinei o vocabulário, com o apoio da Vogue e da Elle: "layered", "light fringe", "like this photo of Shirley Manson"). Isto exigiu grande preparação psicológica e, na verdade só o faço porque o visual Cidália Moreira não me assenta por aí além. Até agora o choque está a ser elevado: depois da dor de cabeça de escolher o salão, quando já achava que estava tudo decidido, tive de escolher entre "trainee", "graduate stylist", "jr stylist", "sr stylists" e mais uns quantos nomes, a marcação não chegou, tive de trocar sms's pré-fabricados a confirmar a confirmação. E se calhar está a escapar-me mais qualquer logística, estou recesosa.
Ainda estou a tempo de desistir.
Cortar em casa.
Fazer rastas.
Deixar crescer para ter um visual hippie no solsticio.