2.25.2004
O meu cheiro preferido é o da loja "Mariazinha dos cafés" ( acho que é este o nome correcto) ao pé da Avenida da Igreja. É uma mistura de café, chá, Dr. Bayard e bolinhos secos. Cheira a lanche em casa da avó. O cenário ajuda, tem daqueles anúncios antigos da farinha maizena e afins, caixa registadora de mercearia antiga e prateleiras de madeira.
Agora, todos juntos!
"so if you're feeling low stuck in some bardo I, even I know the solution love, music, wine and revolution love, love, love music, wine and revolution..."
"so if you're feeling low stuck in some bardo I, even I know the solution love, music, wine and revolution love, love, love music, wine and revolution..."
"When the rhythm calls the government falls
Here come the cops
From Tokyo to Soweto viva la musica pop
We are black & white and we dance all night down at the hop
and the letters were tall on the Berlin Wall viva la musica pop
so if you're feeling low stuck in some bardo I, even I know the solution love, music, wine and revolution love, love, love music, wine and revolution
This too shall pass so raise your glass to change and chance and freedom is the only law shall we dance... "
(World Love, dos Magnetic Fields)
Here come the cops
From Tokyo to Soweto viva la musica pop
We are black & white and we dance all night down at the hop
and the letters were tall on the Berlin Wall viva la musica pop
so if you're feeling low stuck in some bardo I, even I know the solution love, music, wine and revolution love, love, love music, wine and revolution
This too shall pass so raise your glass to change and chance and freedom is the only law shall we dance... "
(World Love, dos Magnetic Fields)
2.24.2004
Se a falta de jeito matasse...
Uma tarde, num destes sábados, fui visitar o museu de arte antiga e moderna de Bruxelas. Vim inspirada por um Dali (aquele com uns elefantes muito altos com as pernas fininhas) e por um Chagall lindíssimo que não conhecia (com um casal a namorar na rua e uma cores espantosas). Decidi, nesse mesmo momento comprar pastéis e papel e dar asas à imaginagação, ou melhor, dar corpo à imaginação. A sério, tinha imagens lindas na cabeça, formas e cores nunca vistas. Depois de algumas tentativas de apanhar a papelaria aberta depois do trabalho (fecha tudo incrivelmente cedo) lá consegui comprar o que queria e finalmente...desilusão total. As minha mãos não percebem nada que a minha cabeça diz. Fazem uns rabiscos sem estilo nehum. Mas não desisto. Nem que tenha de ir para a escola!
Até pintar tão bem como o Paul Klee pintou o meu quadro preferido.
Ladies and gentlemen; Fish Magic!
Uma tarde, num destes sábados, fui visitar o museu de arte antiga e moderna de Bruxelas. Vim inspirada por um Dali (aquele com uns elefantes muito altos com as pernas fininhas) e por um Chagall lindíssimo que não conhecia (com um casal a namorar na rua e uma cores espantosas). Decidi, nesse mesmo momento comprar pastéis e papel e dar asas à imaginagação, ou melhor, dar corpo à imaginação. A sério, tinha imagens lindas na cabeça, formas e cores nunca vistas. Depois de algumas tentativas de apanhar a papelaria aberta depois do trabalho (fecha tudo incrivelmente cedo) lá consegui comprar o que queria e finalmente...desilusão total. As minha mãos não percebem nada que a minha cabeça diz. Fazem uns rabiscos sem estilo nehum. Mas não desisto. Nem que tenha de ir para a escola!
Até pintar tão bem como o Paul Klee pintou o meu quadro preferido.
Ladies and gentlemen; Fish Magic!
2.19.2004
(Procuro que a tua imagem não deixe de existir em mim
fixo com força o teu sorriso num canto do meu olhar
Cerro os dentes com muita força
Isso impede-me de chorar)
Recuso-te trémulo e triste
Eras:
a festa e
a alegria
o mais brilhante e
o mais barulhento
Davas-me a esperança de a qualquer dia
O mundo despir este fato cinzento
Recuso o teu corpo suspenso
Recuso chorar-te lamentar-te
Festejo-te hoje e sempre
Só e secretamente
Tento reter:
Entre os braços um abraço teu
No meu rosto tenso um beijo teu
Eternamente
fixo com força o teu sorriso num canto do meu olhar
Cerro os dentes com muita força
Isso impede-me de chorar)
Recuso-te trémulo e triste
Eras:
a festa e
a alegria
o mais brilhante e
o mais barulhento
Davas-me a esperança de a qualquer dia
O mundo despir este fato cinzento
Recuso o teu corpo suspenso
Recuso chorar-te lamentar-te
Festejo-te hoje e sempre
Só e secretamente
Tento reter:
Entre os braços um abraço teu
No meu rosto tenso um beijo teu
Eternamente
E ontem, numa pausa entre inundações, distracções e similares escrevi-te isto:
Tenho por vezes destes dias
Em que vida é uma coisa pequena que se amachuca e guarda no bolso
À espera de uma melhor oportunidade
Tenho também daqueles dias
Em que não sei o que fazer de mim
E até as linhas rectas me parecem labirintos
Ou daqueles em que tropeço, deixo cair e esqueço
Ou daqueles em que insisto em tudo o que não consigo
Mas sei que em todos eles estás comigo
A desembrulhar-me do bolso a vida amachucada
A ajudar-me a desafiar todos os labirintos
Tenho por vezes destes dias
Em que vida é uma coisa pequena que se amachuca e guarda no bolso
À espera de uma melhor oportunidade
Tenho também daqueles dias
Em que não sei o que fazer de mim
E até as linhas rectas me parecem labirintos
Ou daqueles em que tropeço, deixo cair e esqueço
Ou daqueles em que insisto em tudo o que não consigo
Mas sei que em todos eles estás comigo
A desembrulhar-me do bolso a vida amachucada
A ajudar-me a desafiar todos os labirintos
Agora, estou temporariamente afogada em botões, válvulas, programação e com um posto de controle à frente que parece uma nave espacial prestes a arrancar. Tenho, às vezes, de por os fones e ouvir uma música daquelas que me relembram quem sou: uma míuda que tem de fazer um certo esforço para não trocar a abertura com o fecho das válvulas e que se perde a sonhar acordada enquanto os tanques de água inundam o pavilhão porque se esqueceu de fechar um botão.